IARA Chatbot — Inteligência Artificial de Relação Ampliada

Durante os dias 04 e 05 de maio de 2019 atuei como Designer na equipe Scrumatta (formada por Francisco Barretto, Tarcicio Rodrigues, Fellipe Narde, Ramon Freire e Thiago Moreira), representando a UFBA, durante o Hackathon Solidário promovido pela SECTI (Secretaria De Ciência, Tecnologia E Inovação) do Governo da Bahia . Atuei trabalhando nas frentes de ideação, naming, branding, copy e identidade visual da nossa solução.

O Desafio

Contextualização

Poucas OSCs possuem uma estrutura profissional, mas a grande maioria das associações, OSCs, e ações e projetos sociais nas comunidades não possuem equipe. São compostas por abnegados sociais, extremamente sobrecarregados e que realizam multitarefas.

Os problemas

DIFICULDADE NA GESTÃO

As OSCs tem dificuldade no planejamento das ações, na elaboração de projetos para captação de recursos e na gestão financeira. O operacional consome todo tempo dos dirigentes.

O diretor da associação é ao mesmo tempo o professor, o cozinheiro e o comprador dos alimentos. Por outro lado, quando captam algum recurso tem dificuldade no controle, na prestação de contas e na avaliação da ação.

DIFICULDADE NA COMUNICAÇÃO

A maioria das organizações não realizam uma comunicação institucional eficaz e tem dificuldade de mobilização para suas iniciativas. Tem dificuldade na divulgação via as redes sociais. Muitas campanhas são realizadas na divulgação boca a boca ou na distribuição de panfletos. Não possuem equipe de comunicação. Normalmente é o próprio diretor o responsável
pela comunicação.

GESTÃO DO VOLUNTARIADO

As pessoas querem ser voluntárias e quando chegam na instituição não tem direcionamento para sua formação ou sua habilidade. Ficam sem grande utilidade e acabam desistindo.

LEGALIZAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO

Algumas “organizações” não possuem CNPJ. O trabalho social é realizado por uma pessoa ou mais pessoas na comunidade. As que possuem CNPJ tem dificuldade na atualização da burocracia exigida pelos órgãos públicos. Ex: toda ata e todo estatuto precisa da assinatura do advogado para o registro no cartório; realização do balanço contábil, informações a receita federal.

NECESSIDADE DE CAPACITAÇÃO DOS GESTORES DAS OSC’s

As maioria dos gestores das organizações necessitam de formação e capacitação para uma gestão eficiente e eficaz da instituição

O que podemos fazer para contribuir para a sustentabilidade econômica e social das organizações?

Brainstorm

O pontapé inicial do nosso trabalho foi um brainstorming para explorar a potencialidade criativa do grupo colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados pelo desafio.

Benchmarking e pesquisa

Para construir nossa solução era necessário antes também entender o cenário atual de outras instituições do 3º setor. Como esse processo acontece na atualidade e onde estão as rupturas. Para isso analisamos como é o processo de captação de recursos e voluntários em algumas instituições como Greenpeace, Unesco, TETO, entre outras.

Percebemos que a maioria dessas instituições se apoiam sobre o preenchimento de longos formulários impessoais e que tornam o processo dificultoso.

Em contrapartida a esse cenário encontramos também em nossas buscas a realidade de como empresas privadas aumentam sua captação de recursos e ainda reduzem pessoal:

As redes sociais permitem que as empresas e organizações atinjam um público cada vez maior, gerando uma demanda crescente por canais de comunicação. Grandes empresas, como a Vivo e o Bradesco, já substituíram parte da infraestrutura de call centers e atendimentos presencial por chatbots, capazes de operar em redes sociais, como o Facebook e o Whatsapp. No entanto falta uma solução de chatbot flexível e escalável que seja capaz de atender a várias organizações de pequeno e médio porte. Por exemplo, a maioria das 820 mil ONGs do Brasil (2018) se adequam a essa realidade, e não possuem um núcleo de tecnologia capacitado para criar chatbots apesar de 98% das ONGs na América Latina usarem facebook e 90% se comunicarem com os voluntários por Whatsapp.

— Nonprofit Tech for Good, 2018.

Para sintetizar nossas ideias abordadas nas etapas anteriores realizamos a criação de um Business Model Canvas. O Quadro do Modelo de Negócios (Business Model Canvas) é um mapa dos principais itens que constituem uma solução. O mapa é um resumo dos pontos chave de um plano de negócio levando em consideração 9 áreas: Atividades-chave, Recursos-chave, Rede de parceiros, Proposição de Valor, Segmentos de clientes, Canais, Relacionamento com o Cliente, Estrutura de custos, Fluxos de receita.

No Hackathon Solidário tivemos a possibilidade de ter mentorias e suporte nas áreas de tecnologia, negócios e sobre o 3º setor. Todas essas nos possibilitaram ter um entendimento mais claro do problema e como solucioná-lo. Além de possibilitar a validação do que já começamos a construir no nosso Business Model Canvas.

Branding

Naming

O processo de naming se deu com a construção do indenitário do que queríamos enquanto solução: um chatbot de suporte ao terceiro setor que refletisse seus valores e missões.

Além disso buscávamos um acrônimo que contivesse formalizado o que o produto representava e que tecnologia estava por trás do mesmo. Assim, depois de diversos testes, surgiu a IARA — Inteligência Artificial de Relação Ampliada.

O nome busca trazer uma imagem jovial, tranquilizadora e que trás a memória à ancestralidade.

A marca

A logomarca é a expressão visual da IARA. É nela que estão contidas as principais características da identidade visual.

A logomarca da IARA é composta por um símbolo circular com o nome contido dentro do mesmo. O degradê linear busca remeter a cor dos rios, nos quais a figura folclórica em que se inspira o nome, supostamente habitaria. O símbolo possui também um vetor sobreposto a elipse que busca remeter as escamas da calda de uma sereia.

A marca buscando refletir o propósito do projeto que é contribuir para a sustentabilidade econômica e social das organizações por meio da facilitação do processo de doações com um chatbot.

Fluxograma da aplicação

Depois de muitas construções e validações chegamos ao seguinte fluxograma da aplicação:

A solução

A solução proposta é um chatbot denominado IARA — Inteligência Artificial de Relações Ampliadas — que se comunica com possíveis voluntários das ONGs através das redes sociais e sites sendo capaz de identificar as habilidades e interesses de um possível voluntário.

Essas informações serão utilizadas para direcionar o voluntário à atividade mais adequada na ONG. Para o desenvolvimento da IARA, selecionamos a API (Application Programming Interface) Watson da IBM, capaz de interpretar o que está sendo dito e seguir a conversa com a interação adequada. Depois disso definimos os objetivos do chatbot e uma personalidade compatível a partir da qual foram criados os fluxos de conversa que guiam o treinamento do chatbot.

Pitch final — Slides

Resultado

Como resultado dessa construção fomos contemplados com o 1º lugar entre todas as soluções apresentadas e com muitos feedbacks positivos dos jurados e steakholders que estiveram presentes durante todo o processo.

Pós-Hackathon

Tão importante quanto o hackathon foi o seu pós. Tivemos diversas oportunidade de difundir mais do que construímos e conquistamos na competição em diversos espaços: Turma da EAUFBA da professora Isabel Sartori, turma do IHAC do professor Francisco Barreto, Diálogos EAUFBA e a IARA marcou até presença no evento que lançou a plataforma @bayallsaints no @colabore.ssa. Lá até mesmo dialogamos com o ex-Secretário de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência de Salvador André Fraga que foi super solicito e demonstrou muito interesse em nos ajudar com o projeto.

Além das apresentações também demos início a um projeto paralelo: O Conv3rsa de Impacto. O mesmo teve como objetivo aproximar pessoas engajadas com projetos no 3º setor. Tivemos 1edição com presenças de Consuelo Alban, Marcia Cardim, Marcio Lima e Alisson Sousa. Além do apoio da EAUFBA, NEA e SolidarEasy.

Para acompanhar um pouco mais das ações realizadas, você pode visitar nosso Instagram: @iara_bot

Agradecimentos

Esse projeto teve liderança do Professor Adjunto da UFBA Francisco Barretto, e participação de outros 4 integrantes: Tarcicio Rodrigues da EAUFBA na construção do modelo de negócio, Fellipe Narde, Ramon Freire e Thiago Moreira do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia atuando também na concepção e desenvolvimento. Por fim também Isabel Sartori da EAUFBA que deu suporte na validação da solução.

Obrigado